domingo, 22 de janeiro de 2012

Amanhã é um novo dia

Executar uma determinada tarefa, de preferência repetitiva e mobilizadora do meu corpo, digamos locomotor, sempre constituiu para mim uma excelente forma de libertar a mente e criar espaço à reflexão. É como se essa actividade física – passear o cão, lavar a loiça, correr ou andar de bicicleta - gerasse uma espécie de corrente eléctrica onde o pensamento a cavalo nos electrões, apanhasse boleia para todo um conjunto de elaborações em torno de um determinado desígnio ou tema que exigisse a atenção devida.
Posso dizer-vos , com indubitável certeza, que muitas resoluções e decisões que tomei na vida, clarificaram-se nestes referidos momentos de introspecção. Nos dias difíceis que atravessamos a reboque deste país sem rumo, todos nós, uns mais que outros, ao mesmo tempo ou a velocidades diferentes, acabamos mais tarde ou mais cedo por nos confrontarmos perante o abismo, com adversidades que nos poderão fazer cair em perdição.
Todos conhecemos a famosa abertura de Tolstoy em Anna Karenina, “As famílias felizes são parecidas entre si; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira”. Ora, transpondo para cada um de nós indivíduos, eu diria que é justamente perante o abismo, perante a vertigem ou a salvação, que nós encontramos o nosso carácter – e é justamente esse carácter que distinguirá aqueles que prosseguem rectos o seu caminho, daqueles que caem no abismo.
O Desporto, o ciclismo e a corrida em particular, as provações que passei para ultrapassar lesões e momentos pessoais e profissionais menos bons, sempre constituíram para mim uma força interior para continuar o meu caminho. Uma segurança para encaixar os golpes e ultrapassar os obstáculos com que me deparo vida fora.
A todos vocês que me rodeiam, só posso exortar-vos a fazerem o mesmo e nunca baixarem os braços perante as adversidades. A vida é curta demais para deixarmos que fuja entre dedos. Cabe-nos a nós traçarmos o nosso próprio caminho e vivermos a vida em toda a sua plenitude. É assim que procuro vivê-la, e é junto de pessoas que partilham desta mesma atitude perante a vida que quero continuar o meu caminho.

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